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Os Flechinhas

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A mais dura Maratona do planeta

Há anos nas sombras de suas mais famosas filhas nascidas em Nova York, Londres e Berlim, a maratona de Atenas está utilizando um dos mais representativos aniversários do esporte — os 2.500 anos da mitológica corrida do mensageiro ateniense Feidípides da cidade de Maratona até Atenas para anunciar a vitória dos gregos sobre o exército invasor do Império Persa — para reativar seu perfil internacional.
Aquela corrida em 490 antes de Cristo inspirou os organizadores da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas, em 1896, o percurso de 42,195km feito por Feidípides. Em vez de estabelecer Atenas como a mais importante corrida desse tipo, aquela tentativa de reviver o feito do mensageiro deu origem a centenas de outras maratonas ao redor do mundo, muitas das quais com mais status que Atenas.
Mais de um século depois, a maratona clássica de Atenas, em sua 28 edição este ano, no dia 31 de outubro, ainda é uma mera notinha de pé de página no calendário internacional, uma corrrida que carrega mais valor sentimental e histórico do que expressão competitiva. Marcada entre as maratonas de Chicago e de Nova York — ambas pesos pesados internacionais com premiações muito maiores, como no caso da americana, que terá uma premiação total, em dinheiro, de mais de 628 mil euros — a Maratona de Arenas têm muitas desvantagens além da data propriamente dita.
Nossa premiação em dinheiro é de 20 mil euros, mais 25 mil em caso de recorde da prova — afirmou Kostas Panagopoulos, diretor da Maratona de Arenas.
— Além disso, nosso orçamento para convidar atletas de elite é de 250 mil euros, muito menor que o de outras maratonas.
O clima em Atenas também prejudica sua maratona, que tem que ser realizada no outono. Um percurso brutal, com várias partes em elevação, não facilita as coisas. Berlim, por exemplo, pode contar com desempenhos que levam às melhores marcas mundiais, pois seu percurso é praticamente todo no plano.
Dona da melhor marca mundial para a maratona, a inglesa Paula Radcliffe sentiu a dureza da prova de Atenas. Ela desistiu dos 42km olímpicos após correr cerca de 35km durante as Olimpíadas, em 2004, depois de ter sofrido com o calor e a subida em direção ao centro da cidade.
— Temos a benção de ter tido a corrida real e o percurso verdadeiro, que, de certa forma, é uma praga — disse Panagopoulos.
O que certa vez foi uma exuberante região campestre, pontilhada com vinícolas e plantações de oliva, é agora parte de um amontoado urbano, com outdoors, construções e escombros ao longo da rodovia de mão dupla
entre Maratona e Atenas.
— Dizer que algumas partes do trajeto são feias é ser bastante condescendente — reconheceu Panagopoulos.
Há anos, os organizadores vêm tentando levantar recursos para melhorar o aspecto estético do trajeto. Mas tem encontrado pouco apoio do Estado. Ainda assim, a corrida deste ano, que tem atraído um número recorde de participantes, verá algumas mudanças, com a remoção de partes da reserva central da estrada, para permitir uma largada mais plana e cartazes irão cobrir trechos mais feios do trajeto. Mais melhorias estão planejadas para 2011, incluindo marcadores de quilômetro em mármore.
Se, no ano passado, quatro mil corredores participaram da prova, este ano a procura foi enorme. Em 17 dias, 12.500 vagas das 13.500 estipuladas como limite pelo organizadores foram preenchidas, sendo que 80% delas são de estrangeiros.
— É a maratona com percurso mais duro do planeta, mas por outro lado, é atraente por causa de sua história — declarou o presidente do Comitê Olímpico Grego, Spyros Kapralos.
— No que diz respeito à maratona clássica, Atenas não perde para qualquer outra — ressaltou Panagopoulos.
Enquanto outras cidades atraem milhões de espectadores, Atenas põe poucos milhares nas ruas em direção ao Estádio Panathinaiko, local das primeiras Olimpíadas modernas, onde cerca de dez mil costumam aguardar os corredores.
— Queremos levar os torcedores para o estádio e fazê-los sentir que estão sendo parte da história. Eles não estavam lá quando o Feidípides percorreu o trajeto. Não estavam lá em 1896 quando o grego Spyros Louis ganhou a maratona inaugural das Olimpíadas, mas eles estarão lá na celebração dos 2.500 anos — argumentou Panagopoulos.
Ele disse que a importância histórica da corrida e as recentes melhorias atraíram muito mais corredores:
— Se, para todos os muçulmanos Meca é um lugar ao qual eles têm de ir uma vez na vida, então acredito que todo maratonista quer, pelo menos uma vez, competir na maratona clássica de Atenas.
Extraído de: O Globo

1 comentário:

Lopes - Fafe disse...

Boa noite
Fiquei radiante com a história que acabada de ler, eu acho que já me está a roer o bichicho em um dia fazer essa maratona, mas vou-me estrear na maratona do Porto, e veremos.
A todos um grande abraço.
João Lopes